quarta-feira, 25 de março de 2009

Adoráveis excêntricos

Segredinho aqui: adoro excêntricos. Diferente dos "esquisitões" que eu já citei, uns vinte posts atrás, esses querem holofotes. Enquanto os weirdos estão sempre cortando pela tangente, com o olhar desconfiado e o rabo entre as pernas, os excêntricos gostam de puxar todo tipo de olhar para si mesmos, por arbitrário que pareça isso em relação à própria palavra. Excêntricos são bacanas. Muito constantemente, alvos de gozação e ovação. Acontece que esse tip(ã)o nunca passa despercebido, e, reitero, faz questão justamente de não passar. Aliás, o não-reconhecimento, no caso deles, beira um ultraje.
Agora, leitor, um exercício de memória. Pense em quantos excêntricos você se lembra, porque os considera excêntricos e se tem alguma coisa contra eles. É provável que você se lembre de três, ou cinco (dependendo do universo cultural no qual você está inserido, esse número pode se elevar bastante). E contra? Bom, eu tenho quase certeza que não. Que você pode achar, no máximo, que eles têm uma desesperada vontade de aparecer no seio do olhar-comum.
Boa parte dos excêntricos têm um fundamento - and a good one - para ser assim. Para ter a certeza do que digo, pode procurar em suas biografias. Sua crônica insatisdação com o mundo é o berço de todas as outras razões. Eu tenho a idéia fixa de que quem nasce excêntrico morre excêntrico. É uma marca indissociável, que não se muda de acordo com profissão, nível social, escolha política, nada. É um carma inescapável, que desenha em torno da pessoa um indicativo para o estranho, para o atrativo. Sinceramente? Nada mais interessante.
Você pode achar a Elke Maravilha (sou fã confessa dela!) um monstro andrógino e mutante; o Marilyn Manson um e.t com fortes tendências a bizarrices sexuais explícitas, a Diablo Cody uma... ah, parei de definições. Afinal, por ser excêntrico, o próprio excêntrico não cabe em si.

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