sábado, 13 de março de 2010

O mênstruo

Desce violenta em sangue e dor a rubra cascata que confirma o aborto. Desce galopando em flocos negros esse rio contido que vara o algodão que tinge o algodão. Desde descendo rolando doendo crescendo alternando sujando. Desce bravia feito navio sem comando e surfa nos recifes da renda da calcinha. Desce e desconforta e se evidencia porque deixa sua marca. Desce do estourar dum pequeno botão que se esborracha e chora e morre. Desce como a fluidez do mar. Desce enquanto navega por dentro das pernas buscando a foz que a liberte.
Desce, ruborizando as maçãs do rosto da moça.

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