quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Minha melhor amiga é solteira. E agora?

Queridinhos, eu sei que é duro mas, inesperadamente cheguei ao décimo post, e agora a regra é que todo mês eu só vou postar dez vezes. Ou seja, sem atualizações até novembro! Mas garanto que o último post de outubro será bem interessante e vai atingir vocês de alguma forma, combinado?
Sabe, minha melhor amiga é solteira. E como toda boa solteira, ela gosta de sair e se esbaldar nas festas. Fazíamos muito isso, só que agora tem um porém: estou namorando há quase dois anos. E pode não parecer, mas é super difícil balancear isso. Ela se mudou para outra cidade, e, quando vem ao Rio, a primeira coisa que faz é me chamar pra sair. Vontade não falta. Mas e meu namorado, caseiro até a alma? Entre a cruz e a espada, sem dúvida. Por um lado, saio e deixo meu namorado em casa, reclamando. Por outro, fico com meu namorado e ela sai, chateada. É bem complicado.
Minha mãe já me dizia que, quando a gente namora, tende a se distanciar um pouco dos nossos melhores amigos. E, diante da minha situação, pode ser que isso seja verdade. Antes, éramos só eu e Elisa, e eu não precisava dividir a atenção. Quando a gente ama muito duas pessoas e precisa aprender a dividir esse amor, pode ter a certeza que um lado vai sair em déficit. E eu sinto uma impotência tão grande da minha parte por ter de, certa forma, preterir uma pessoa a outra, ainda mais duas que me são tão vitais.
Elisa continua solteira. E feliz. Aliás, ela enrola um ou outro, mas não larga sua solteirice por nada. E, como a gente gostava muito de uma night, fica esse vão no meio da gente. "Vamos sair?" "Ontem!" Mas hoje eu não posso responder só por mim, porque tenho um namorado e não é nada legal avisar que você já está partying out na própria festa. Logo, devo umas explicações, porque meu relacionamento é calcado na confiança. E, como meu namoro tem qualidades quase extintas no mercado moderno, eu preciso preservá-lo. Mas amigas como Elisa são igualmente raras. O que fazer???
Não adianta, pensar é inútil. Infelizmente, cada escolha, uma renúncia. Quero os dois, mas eles são extremamente diferentes. Meu namorado é pipoca-e-filminho, minha amiga é redbull-e-electrohouse. E eu tendo muito mais ao lado dela que ao dele, mesmo amando-o até onde existe coração. Administrar essa diferença é uma tarefa insana, mas nada que um bom jogo de cintura não resolva.
Desejo sorte aos que passam pela mesma situação. Porque problema é não ter melhor amigo (a) ou namorado (a).

Beijos gente, até novembro! =]

À estupidez legitimada

Olá, meu fantasmagórico leitor. O post de hoje é um manifesto de rechaço à estupidez legitimada presente nos TAF's das muitas instituições militares espalhadas pelo Brasil e mundo afora. Você deve estar aí pensando "Mas que diabo é isso, Ana, isso não tem nada a ver com o que eu e os outros fantasmagóricos leitores assíduos do seu blog estamos acostumados a ler! Perdeu a cabeça?!" mas, na verdade, foi após uma noite em claro que me certifiquei, definitivamente, que não há necessidade por parte dos superiores, generais, sargentos e o cacete a quatro de agir com essa rispidez em relação aos concursados.
Se você caiu neste blog por acaso (e que feliz acaso te trouxe até aqui!), e é justamente um desses superiores, generais, sargentos ou o cacete a quatro, certamente vai se indagar, com um sorriso no canto da boca: "É mesmo papo de vagabundo-aluno-de-federal, acostumado à mamata do 'Estadinho'. Ainda por cima é mulher. Por acaso esperava, se fosse homem, chegar a um quartel e encontrar bananinha amassada e ar-condicionado? Como é que um soldado fisicamente despreparado seria capaz de enfrentar tudo aquilo que vai passar sem o TAF? Dá vontade de dar na cara de uma sujeita dessas..." Como se vê, em ambos os casos, há a inquietação. Mas eu sei do que estou falando, e vou justificar.
Meu namorado, Jefferson, está passando pelos amaríssimos testes físicos do CBMERJ (corpo de bombeiros do Estado do Rio de Janeiro). Ele está todo contente, e eu também, claro, porque foi duro - duríssimo - esperar ansiosamente pelo resultado e conseqüente classificação dele na relação emitida pelo site oficial do concurso. Tudo bem.
Os testes físicos começaram na segunda-feira, dia 13 de outubro de 2008. Rezei pelo meu Jefferson, desejando tudo de bom não só para ele, como para todos os outros combatentes que iriam se apresentar neste dia, em São Cristóvão. Ao chegar em casa, ele me ligou me contando (a barbárie): no asfalto rascante de 11:00, ele e os demais "caíram". Disse ele que, certamente, foi pra mais de 300 flexões pagas. O pior não é isso. Flexão, aquela que, nós leigos - isso te excetua, fantasmagórico leitor sargento, superior, general e o cacete a quatro - conhecemos, é aquela em que descemos e subimos. Mas meu namorado, como os outros, foi obrigado a pagar a tal "Flexão 2", que consiste em sustentar todo o peso do corpo na posição de flexão. No asfalto rascante e, só pra acrescentar, punho cerrado.
Mas isso não é tudo. Houve outras inúmeras desumanas provas que eu realmente gostaria de lembrar e pôr aqui. O resultado disso? Ao término destas provas, um dos combatentes prestou continência e caiu, com o corpo todo, de cabeça no chão. Às pressas foi levado para uma ambulância. Outros combatentes estavam exauridos até os ossos. Jefferson me mostrou seus ossinhos das mãos. Queimados e ralados. O rosto, muito queimado do sol. Inclusive, um de nossos amigos ligou para ele e disse ter sofrido uma insolação. O outro passou mal duas vezes durante o teste.
Não quero que vocês pensem que acho que tudo tem que ser "molezinha". É ÓBVIO que deve haver um esforço físico muito considerável - estamos falando de uma profissão que implica no salvamento de vidas, e não conhecemos a adversidade até vê-la de frente - . Os combatentes devem estar muito bem condicionados para pegar no batente, até aí tudo bem. Mas querer burlar os limites do corpo para poder trabalhar é que não concordo. Nosso organismo tem um limite, e é de alta periculosidade que tentemos transpor este limite. Querem dopping? Modificações genéticas? Então eles querem mutantes trabalhando, não seres humanos. Uma carga de exercícios justa, consistente, de largas horas, e que até desse uma dorzinha muscular, mas ministrada por cuidados posteriores, seria razoável. Mas isso não é tudo. Acho que não custa o superior, sargento, general ou o cacete a quatro forçar seus combatentes, porém, de modo a incentivá-los, não os pondo para baixo. "Vai, não pára não!", "Isso, vambora que dá!" são frases que surtiriam muito mais efeito que as agressivas que já são conhecidas por qualquer pessoa de fora. E o pior é que ainda há pessoas que acreditam que é por este método animalesco que "se aprende a ser homem". Se aprende a ser homem através da brutalidade? Com o perdão das instituições militares, mas os maiores homens são aqueles cuja força está no pensamento e nas palavras, não nos músculos e na agressividade.
Posso até estar equivocada, mas decididamente eu desacredito deste meio para se "fazer homens de verdade". Quanto à minha noite em claro, foi cuidando do meu namorado, porque ele estava com a dor muscular mais forte que já sentiu desde que se lembra, que ia do esternocleidomastóide ao antebraço. E dá-lhe massagem com cânfora, cremes, dorflex, duas injeções, gelo, compressa quente, mais comprimidos e uma noite inteira sem paz, tanto dele quanto minha. Isso não é, de maneira nenhuma, reclamação minha: é um prazer cuidar de quem eu amo. Mas foi este episódio, inédito em minha vida, que me fez refletir sobre o ideário parcialmente vazio do militarismo, aqui e lá fora.
Espero (e sei que é melhor pegar a cadeira) que essas instituições e corpos militares revejam suas posições diante da saúde de seus combatentes nestes testes físicos. Porque, sem ela, não se formam bombeiros; mas zumbis condicionados.

domingo, 12 de outubro de 2008

Eu, minha melhor advogada

Sabe, leitor, quando você está no erro, sabe disso e a chata da consciência - ou o peso dela - acabam te vencendo e você se entrega e assume: "eu errei, admito. Perdão."? Pois isso não acontece comigo. Ou, se acontece, muito, mas muito esporadicamente. Eu sempre tenho um ás na manga; a indecência e a cara-de-pau de passar a mão pela minha própria cabeça, e de me defender, por maior que seja a minha culpa, e, por mais que o meu cinismo vá paulatinamente despertando nos outros uma progressiva e finalmente incontrolável vontade de meter a mão na minha cara. Morro negando se for o caso, o que é diferente de mentir esbragadamente. Mentir à toa é muito sem glamour. Não direi que não minto, mas eu evito. Quando dá.
Espero nunca precisar, mas, se por obra do acaso ou do infortúnio eu houver de disponibilizar os serviços de algum advogado de defesa, eu poupo esse dinheiro. Porque se tem uma coisa que eu faço com maestria é me defender. O que vai pegar é que de legislação eu não entendo porra nenhuma, mas qualquer coisa a gente se vira. O importante, acima de tudo, é nunca se entregar; é se dizer inocente até acreditar em si mesmo. "Não, eu não peguei". "Não, eu não tirei do lugar". "Não, eu não fiz, não, eu não quebrei". E a consciência, você vai me perguntar e, lacônica, vou te dizer que ela foi dar um rolé com o namorado, o Escrúpulos. Tá, você vai pensar que eu não presto. E quem disse que eu quero? Hahahaha!
Morro negando, fato. Se entregar é - literalmente - pros fracos.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Idílio

Lembro com uma clareza absurda da manhã do dia 02 de outubro de 2008. Eu caminhava, voltando para casa, depois de uma de uma rave de 15 horas em Santo Aleixo. Minha cartucheira, minhas mãos, meus calos dos pés. Eu queria repousar no gostoso sofá da sala da minha casa, curtir aquele friozinho debaixo dos lençóis e dormir como uma pedra. O pessoal que me deu carona tinha me deixado próximo à minha casa, e eu não via a hora de me jogar pesadamente na cama, ao encontro de um sono repositor. Eu estava mesmo muito cansada.
Fui avançando a velocidade do passo, para que pudesse chegar mais depressa em casa. Tive, por um momento, a sensação de que, quanto mais eu andava, mais esticavam a rua. Depois, tive a certeza. Franzi os olhos e as sobrancelhas. Não estava acreditando naquilo. As pessoas indo para o trabalho passavam por mim com uma velocidade humanamente impossível. Assustada com aquela sensação inédita, estranha e asquerosa, comecei a correr. Mas todo o meu esforço descomunal parecia irrisório diante do andar dos outros.
Comecei a sentir uma horrível vertigem, uma vontade de me esconder, de ir embora. Aquele lugar estava me dando um enfado inescapável e insuportável. Aquele lugar era uma rua, tão ordinária, pela qual eu estava habituada a andar. Por que?
Eis que de repente, naquele amálgama de cores, sons e ondas matinais, veio caminhando na minha direção uma menininha, acompanhada de uma morena magra e muito bonita. A menininha estava uniformizada, tinha joelhos enormes e pernas magras. Cabelos presos no alto, que caiam pelas costas lisíssimos. Não sei o por que, mas tive certeza absoluta de que aquela mulher que a acompanhava era sua mãe. Elas eram as únicas pessoas que vinham de encontro a mim e na mesma velocidade que eu. Conforme foram se aproximando, eu pude identificar na blusinha branca da menina um signo de um colégio de freiras, o Colégio Santo Antônio, o qual eu também havia estudado. Lutando contra a vertigem imensa que me dominava, pude ver que a menina e a mãe sorriam pra mim. No começo achei que fosse delírio, mas era sim: elas sorriam pra mim. Estranhamente, espontaneamente. Quando finalmente ficaram no mesmo plano que eu que pude perceber o que se tratava. Se era obra do demônio ou do absurdo, eu nunca terei a resposta; mas a única coisa que digo é que desse episódio eu jamais esquecerei.
Fitei a pequena. Costeletas. Minha mãe também me penteava daquela maneira.
_ Você é real?
_ Sim, você é?
_ Se eu sou real, é impossível que você seja!
_ Por que?
_ Porque nós somos... a mesma pessoa!
_ Não, moça, eu só tenho cinco anos...
_ E eu tenho vinte!
_ Não pode! Eu estou indo pra aula da tia Adriana agora!
_ E eu estou voltando de uma festa agora. Daqui a pouco vou pra faculdade.
_ Eu vou fazer faculdade?
_ Vai. Vai fazer letras.
_ Mas eu quero ser veterinária!
_ Eu sei, Ana Líbia. Mas você vai acabar fazendo letras.
_ Como você sabe o meu nome? Quem é você de verdade? Letras eu já faço, olha só!
Ela puxou de sua pastinha azul um caderno com letrinhas garranchosamente contornadas. Eu ri.
_ Não, não é isso o que você vai fazer na faculdade.
_ Como que você tem vinte anos e eu tenho cinco?
_ Eu não faço a mínima idéia.
_ Eu acho que você tá mentindo. Eu não pareço com você, nadinha. Você é gorda, eu sou magra, meu cabelo é maior, o seu é menor e é diferente. E eu nunca usaria essa roupa que você tá usando!
_ Você é engraçada. Como que está o Godofredo?
_ Como você sabe do Godofredo?
_ Não disse pra você que te conheço, que aliás, eu sou você?
_ O Godofredo fugiu.
_ Imaginei. E a Ceci, latindo muito?
_ Ela ainda tá dormindo perto da máquina de lavar, e chora toda noite.
Eu sentia meus reflexos voltando ao normal, mas a imagem da menininha começava a enfraquecer conforme eu começava a melhorar. Ela então segurou minha mão e disse:
_ Eu tenho que ir agora. Minha mãe não me deixa chegar atrasada.
_ Eu também, a minha está me esperando em casa.
_ Tchau... moça...
_ Tchau, Ana. Vai crescer...
Pouco depois, o mundo à parte que orbitava em torno de mim começou a desacelerar até atingir a minha velocidade. O dia fresco que nascia invadia a minha alma, num baque retrospectivo e introspectivo que eu nunca havia sentido antes. Era eu conversando comigo, quinze anos mais nova. Era possível? Sempre fui a raves, nunca usei drogas, e tive a visão mais lisérgica da minha vida, pura. Era obra de quem? De Deus, do diabo? Um dia fora do tempo?
A verdade é que eu não esquecerei disso nunca. Nunca mesmo. Quantas pessoas passam por um evento assim na vida? Carregarei, com um êxtase eternamente fresco, a sensação do meu "monólogo", por assim dizer. E tentarei transformar a pequena Ana que vi naquela manhã em tudo aquilo que ela deseja se tornar.

sábado, 4 de outubro de 2008

Para compreender Deus

Se tenho duas únicas certezas nessa vida, elas são que um dia morrerei e que nunca, aconteça-me o que me acontecer, perderei a fé em Deus. Apesar dele me parecer estranho, às vezes. Apesar de permitir que coisas horríveis aconteçam às pessoas. Mas a fé, nele, ah, isso nunca perderei. Por que? Porque, mesmo parecendo distante e imaterializado, ele sempre arruma um jeito, um jeito só seu, de me responder. Não, nem sempre responde. Mas ele se esforça para que eu o veja.
Confesso que estou muito chateada com Deus hoje. Me pergunto por que, em sua infinita sabedoria, ele permitiu que um amigo meu fosse assassinado. Uma pessoa trabalhadora, que só estava galgando seu espaço nesse mundo. Que sempre trazia um brilho fantástico no olhar. Não éramos os maiores amigos, mas ele fará falta na praça. Lá que o conheci, e onde ele trabalhava. Seu sorriso, seu jeito engraçado e descontraído de fazer amizade. A notícia de sua morte me pareceu piada. "O Luan? Fala sério!" e assim me parece até agora.
É nessa hora que volto meus olhos a Deus, procurando, exigindo resposta. Por que? Por que ele? Um rapaz bom, esforçado, não se misturava com quem não presta. Por que ele? É justo? Se é ou não, isso não compete a mim, afinal, é a vontade de Deus. De Deus. Mas por que?
Fui buscar respostas no céu, que se desabava em uma chuva pesada nesta triste tarde de 04 de outubro. Estava no quarto, me perguntando a retórica "por que", quando a porta abriu. Pensei que fosse o vento, mas quando vi, era minha prima, Fernanda, que vinha chegando com sua risadinha feliz. Agora percebo. Era Deus entrando pela minha porta, mas não me dava por convencida estando com o coração duro de revolta pela morte do meu amigo. Eis que resolvi subir as escadas do meu prédio, que dão para o terraço. A chuva caía, impetuosa, livre. Só me pondo sob ela que pude entender. Seu beijo gelado, encharcando meus poros. O salgado das minhas lágrimas se misturando com o doce da chuva. Era Deus me respondendo. Raios e trovões rasgavam o céu de fora a fora. Deus conversando comigo. Eu quis gritar, mas já tinha a certeza de que ele já estava me ouvindo. E, lá dentro, nos recônditos dos meus tímpanos, eu podia ouví-lo dizer. Tenha fé, Ana Líbia, tenha fé.
Então desci as escadas e voltei, pingando dos pés à cabeça para casa. Tomei um banho e me pus a pensar na grandiosidade de Deus, e no seu mistério mais claro: a fé. A fé invisivel que salva a gente das horas mais amargas da solidão, e que nos traz de volta ao eixo. A fé, que abre os meus olhos e me faz ver o Luan sentado ao lado de Deus. Deus.
Horas mais tarde, eu sairia com meu namorado. Aliás, hoje nós completamos um ano e onze meses de namoro. Mencionei que estava com vontade de escrever, e sobre Deus. Eis que ele me pergunta: "antes de tudo, você precisa saber o endereço de Deus. Você sabe qual é o endereço de Deus?" a resposta veio, categórica. É certo que o endereço de Deus não são assembléias, igrejas. O endereço de Deus é o sorriso espontâneo da Fefezinha. As mãos estendidas e abertas de um estranho para o outro. A chuva boa que vem lavar a rua, a tarde, a alma. Deus mora nestes pequenos detalhes. E só é possível compreendê-lo fechando-se os olhos e abrindo - por completo - o coração.

Descanse em paz, Luan. A gente se vê um dia.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Real things to write about

I know it may sounds crazy to you, but the wind talked to me this noon. He was bleeding upon my neck, getting me thrilled, and he was doing it to all the other female creatures I saw around: leaves, trees, flowers, other girls. He was there and everywhere, shouting his name at loud among the dead wood, swipping the pages of my notebook and blowing with violence. He told me that he would like to be a twister, that he was feeling empty on that stupid function. And, suddenly, he invaded my underwear. I don´t know if he knows, but I´m gonna tell this to my boyfriend. Boring wind. Can´t you see you´re annoying me? Why don´t you go find somebody else to bother with your cry? In fact, I´m tired of writting about things I can´t touch. Wind. Love. Hate. Revolution. It´s better to write about food. Fingers. Cock. Yeah! Cock sounds great! That´s such good literary material. But here between us, writting about it? There are so much better things to do with... (6)

Semana

Segunda-feia
Terça-feia
Quarta-feia
Quinta-feia...

Sexta-bonita.

Beautifool

Pra cá, pra lá
Pra cá, pra lá
Elas avançam sem vacilar
Arrastando rabos-de-peixe
E olhares tontos.
Não lhes pergunte sobre
A crise americana,
A geopolítica da Guatemala,
Ou mesmo Machado de Assis
Elas dão de ombros.
Seus rostos embonecados
Milimetricamente maquiados
Apenas ocultam o vazio óbvio e enjoativo
que mora em suas cabeças.
Alimente-as
Com coca-cola, caviar e cocaína
That´s the way they like it.
Dê-lhes o greencard da melhor boate
Da maior noite
Então entorpeça-as com diamantes
Cubra-as de hematomas
e faça sexo com elas.
Interne-as
Seja numa clínica de desintoxicação ou de estética
E divulgue pelo google uma biografia não-autorizada delas. Elas lhe agradecerão.
Seus olhares poderosos, seus esquálidos corpos,
Sorrisos tristes, sem culpas ou remorços
A etiqueta do suicídio elas conhecem de cor.
Da Ucrânia a Cabul,
Beautifool.