domingo, 10 de abril de 2011

A formiga no espelho

Não desvie. Não esbarre. Não deixe cair o que se porta. Mantenha-se na fila. Acima de tudo, respeite a esteira. Respeite a seqüência. Respeite a ordem. Respeite o programa. Respeite a cadeia. A cadeia é segura. A prudência protege. Não subverta. Não insurja.
Não pare. Trabalhe, trabalhe, trabalhe.
Diga obrigado. Diga por favor. Diga com licença. Seja cauteloso. Zele pelo bem comum. Não olhe nos olhos da outra formiga. Não olhe além da linha. Cumpra prazos. Comporte-se. Respeite o perímetro do seu passo. Obedeça. A colônia é cada pata que se movimenta. A colônia é a marcha lenta e silenciosa dos dias. Seja o funcionário do mês da colônia. Você é a colônia. Mas se você morrer, a colônia ressuscitará nas patas da sua prole. Porque a colônia não pára.
Você é substituível. Você é dispensável. E não. Você não é substituível. Você não é dispensável. Você, você. Mas não diga isso para outra formiga, e para outra, e para outra. A colônia é sua mãe. A colônia é seu pai. Você nasceu nela e vai morrer nela. Você nasceu por ela e vai morrer por ela. Respeite a colônia.
Lave a cara. Abra os olhos.
Trabalhe, trabalhe, trabalhe.

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá estou iniciando nesse ramo de brecho virtual, gostaria de fazer novos contatos, estou te seguindo se puder me siga tbém.
moderno.brecho@gmail.com

Nicholas disse...

Você está descrevendo formiguinhas no banheiro... Mas parece pacas a minha empresa. rsrs

Tentei te enviar um texto meu no seu email analibia_17@hotmail.com, mas voltou... É esse mesmo?

Abraços

Nicholas

Ana Líbia disse...

Oi, Nicholas! O meu e-mail não é esse, mas anatrotskysta@hotmail.com.

Vou esperar pelo teu texto.
Abç!