Sei que é verão
no suor das costas das moças
nas crianças descalças pela rua
no céu imenso de luas.
É verão!
Sei de sua chegada no samba quente das esquinas
Na cadência mole da noite que chega arrastada
às oito,
em hidrantes jorrando água para o alto
enquanto cachorros se sacodem inteiros.
Sei que é verão
quando senhoras fofoqueiras poem cadeiras à porta
e vão tecendo fios de assunto pelos muros
quando ouço o burburinho duma cidade inteira
no abafado que lateja sobre a pele
no tilintar dos ventiladores ruins.
Denunciam o verão
as promoções, os varejos humanos pra lá e pra cá,
as pipas no alto, o cheiro do churrasco, bronzeador,
chuva quente de fim de tarde.
É verão!
Tão suado e tão latente,
Tão vermelho e de repente
Que melhor mesmo é se molhar.
Um comentário:
um final digno de um comentário apaixonado.
seu verão é magnífico!
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