Pela janelinha aberta adentrava-se o mundo onírico da casa de bonecas. Um sonho de Dali. Ou seria... de Alice? Importava menos que a gula dos sentidos. Os olhos, o nariz e a boca ficavam do tamanho que a gente quisesse diante do espelho craquelado por dentro. Numa gaveta havia óculos que haviam pertencido a outra pessoa, uma fita métrica que serpenteou perigosamente quando ouriçada, uma pequena caixa com linha, agulhas e um tecido quadriculado que o tempo esqueceu delicadamente dobrado na forma de triângulo.
Eu era um gigante invasor e desengonçado na pequenez dos detalhes.
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