Guardo um estoque pisciano de lágrimas pra você
debaixo
dos meus grossos óculos escuros
redemoinhos de poás
Enquanto na piscina você banha
seu corpo de glória, cloro e sol
A festinha tá animada e as
cores das frutas trocam de lugar
com as dos balões as meninas
comem as cores dos bikinis
não um cão, mas um pavão
passeia tímido entre os copos
A pedidos
eu entro na selfie dos outros
uma fabulosa coleção de dentes disputa
os limites dos rostos
Procuro o seu no quadro azul mas você
não está
talvez tenha cavado um buraco
para ver o mar
derrubaram vinho branco na Bianca
se ela estivesse sóbria reclamaria
que vinho branco também mancha
irreversíveis de verdade
só as manchas que só nós vemos
já você não foi ver o mar, ao contrário
está de pé
nas mãos
um drink elegante
nas pernas
o exército de gotas que se agarra na corda fina e difícil
dos teus pêlos
quantas baixas enquanto andas!
nenhuma guerra é mais assimétrica
que a que acontece aqui
uma força puxa meu pulso e
entro novamente na selfie dos outros
uma fabulosa coleção de lentes
milita
pela manutenção dos sorrisos
limites desistem aos poucos debaixo
das águas venenosas de um dia de sol
a música independente que estoura a caixa
indiferente aos comportamentos
surda e disforme
cria um fio elétrico do meu corpo ao seu
tenta nos dizer alguma coisa via espasmo
mas você contempla pasmo a bunda da Renata
eu espero uma abdução e as minhas encomendas no Ali
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