Era segredo até
que eu aprendesse a
cair
por dentro das mãos
desde sempre uma
faca
esteve guardada
uma faca ossuda
ora rígido mastro de navio ora
água solta por entre as pedras
e tanto mais esguia não sendo
de puro aço constituída
assim como trancados
estiveram de mim
por todos esses anos
répteis-símios e
outras bestas desconhecidas
que rastejaram bêbadas ao
ensaiar sair
todo o mundo reinventando
as noções sabidas
e mesmo o cérebro - fina luz da consciência -
veio morar frontal nos dois olhos
enquanto o sinto
inteiro e pleno
na planta viva dos pés
ao que já não reparto mais
o que é corpo o que é bicho
o que é chão.
terça-feira, 29 de setembro de 2020
Tatame
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