terça-feira, 29 de setembro de 2020

Tatame

 Era segredo até 
que eu aprendesse a 
cair

por dentro das mãos 
desde sempre uma
faca
esteve guardada
uma faca ossuda
ora rígido mastro de navio ora
água solta por entre as pedras

e tanto mais esguia não sendo
de puro aço constituída

assim como trancados
estiveram de mim

por todos esses anos
répteis-símios e
outras bestas desconhecidas
que rastejaram bêbadas ao
ensaiar sair 

todo o mundo reinventando 
as noções sabidas
e mesmo o cérebro - fina luz da consciência - 
veio morar frontal nos dois olhos
enquanto o sinto
inteiro e pleno
na planta viva dos pés

ao que já não reparto mais
o que é corpo o que é bicho
o que é chão.



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