Abro um olho pela
pedra
do anel que esqueci
sobre tua mesinha
entre teu computador e papéis avulsos
insuspeito te espiona
testemunho, assim,
os animais noturnos em teus olhos
acesos
escravos do escrol
a curvatura mansa das tuas costas
inimportunáveis pelos cacos de luz
das duas da tarde
acompanho teu estado
de contemplação pétrea
diante daquele filme
a gordura da cegueira que se acumula
nos teus óculos
a humana limpeza de tuas narinas
viajo pelos rios anêmicos do teu peito
descoberto
e até participo dos teus monólogos
acho que não, Hitler não era nenhum gênio,
o sapato preto fica melhor, etc.
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