desce a mão burocrática
em obrigação noturna
mas também pensa
que é sonho
se não sabe
anda por mapas invertidos
recolhendo aspas
pedaços e peças perdidos
se o sonho é outro lugar
que apaga a firmeza do chão
monta ondas estrangeiras
de nuvens verdes e grosseiras
luta mortal contra uma deusa
alquebrada
asfixia a vista - assim morrem as imagens -
um universo opressor de pontos pintados
aqui e ali torcendo
todas as antigas geometrias
explodindo fogos de artifício
no céu da boca aberta
desce a mão noturna
cava a terra das pernas em busca
cega
da água da lama do ouro
dos vermes das folhas e outras coisas
sem olhos
o que traz de lá não conta
retira-se humilde
e não fecha a porta
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