Passeia colhendo
O tempo
No escuro do tempo
A elegante nave
Cartilaginosa
Mas também, ainda,
Brinquedo caído de berço
Prima mansa de grandes
Amorais máquinas assassinas
Que hasteiam bandeira bruta
Quando conquistando territórios
Coreografa
as invisíveis ondas
E a ponta delgada de seu corpo
É nome de golpe na Bahia
Quase fantasmagórica criatura
Que flutua, bailarina
Quinosa edificação soviética
Sua forma deitada
Seu modo monacal
Uma ninfa salgada, um
milagre
Que de tão plácida e
perene
talvez nem mesmo morra
mas sonhe que adormeceu.
domingo, 9 de maio de 2021
A elegante nave
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