domingo, 2 de maio de 2021

O teu amor em mim aqui

o teu amor estraga em mim
sem uso
teu amor em mim
coalha e esverdeia

guardado, vertendo flores --
por excelência, as criaturas póstumas

não anima -- nem desanima
mas fica lá, parado e
confuso
massa fetal acocorada de olhos mudos

o teu amor em mim envelhece
e velho, empeixeia
em delicadas escamas de cristal
larva de libélula, a
desinfância de um assassino 

teu amor em mim nem sabe
nem conhece
teu amor em mim não tem onde morar

retira-se assim
final e sem fim
gomosas lágrimas no escuro
onde começa o mundo

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