sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Curtinhas modernistas à Ana que nunca dorme


Amizade entre opostos

Dois mil e nove. Que ironia.
Sou sua amiga, sou por você bem quista.
Eu, moça de esquerda; você, rapaz capitalista.
Os tempos fossem outros
Me chamarías comunistóide
E eu a ti fascista.

Para Fabio Luis

Dos dedos

Antes de tudo, a música. Assim
Verlaine disse.
Mas a música não se fazia
não nascia
não havia quem ouvisse.
O som
entrecortado de anacolutos (brutos)
tinha cara de caminho
- ela era autodidata e não sabia ler
De lá pra cá
iam os dedos
desengonçados, bêbados.
Mas no fim
o arranjo e a sobriedade - de grinalda e véu
se casavam.

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