No prato está, imóvel
A vértebra fina de um fóssil
Quebrantável
como o silêncio da madrugada
Equilibrada
na louça lisa e branca
neta de rústica cerâmica
O taxidermista mais cauteloso da cidade
não seria capaz de encarar
este enigma
porque um enigma precisa de olhos
Enquanto a vértebra no prato
à indiferença faminta do garfo
já se esfacela
Numa viagem de cem milhões de anos
Intermediário destino dela.
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