Nas argolas o homem atravessa
os braços
alinha o fio da vida nesta casa
seu rosto, suas veias e os dentes mal comportados
num sorriso invisível
estável
A palavra enxuta
filha da força bruta
fura a água
com sua impossível textura
cava a terra
e seus dedos saindo pretos
pescam pequenas coisas
pedra, fogo, machado
O corpo deitado contempla
na escritura do céu
a plenitude das possibilidades
as muitas teias de poeira e sonho
que se chocam enquanto dançam
a mais antiga das danças
O corpo deitado, no entanto,
os braços
alinha o fio da vida nesta casa
seu rosto, suas veias e os dentes mal comportados
num sorriso invisível
estável
A palavra enxuta
filha da força bruta
fura a água
com sua impossível textura
cava a terra
e seus dedos saindo pretos
pescam pequenas coisas
pedra, fogo, machado
O corpo deitado contempla
na escritura do céu
a plenitude das possibilidades
as muitas teias de poeira e sonho
que se chocam enquanto dançam
a mais antiga das danças
O corpo deitado, no entanto,
não navega
Máquina
Máquina
Formidável e temporária máquina
da feitura e do feitio se apresenta enquanto
máquina
separada, no entanto,
pela corrente de sangue e água salgada
ao verter do recôndito
a pedra lapidada
O homem
teso e suspenso em teste
vai ao chão de um salto e o músculo
quente em riste
mordisca as bordas intocáveis do número absoluto
Está em jogo o produto
Metal nobre na escuridão
Custando nervo e cabelos
O sucesso e a vergonha debruçados sobre o mesmo cadafalso
da feitura e do feitio se apresenta enquanto
máquina
separada, no entanto,
pela corrente de sangue e água salgada
ao verter do recôndito
a pedra lapidada
O homem
teso e suspenso em teste
vai ao chão de um salto e o músculo
quente em riste
mordisca as bordas intocáveis do número absoluto
Está em jogo o produto
Metal nobre na escuridão
Custando nervo e cabelos
O sucesso e a vergonha debruçados sobre o mesmo cadafalso
Não há no mundo um só poema
que, se poema, seja falso
Para Fiama
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