Passeia colhendo
O tempo
No escuro do tempo
A elegante nave
Cartilaginosa
Mas também, ainda,
Brinquedo caído de berço
Prima mansa de grandes
Amorais máquinas assassinas
Que hasteiam bandeira bruta
Quando conquistando territórios
Coreografa
as invisíveis ondas
E a ponta delgada de seu corpo
É nome de golpe na Bahia
Quase fantasmagórica criatura
Que flutua, bailarina
Quinosa edificação soviética
Sua forma deitada
Seu modo monacal
Uma ninfa salgada, um
milagre
Que de tão plácida e
perene
talvez nem mesmo morra
mas sonhe que adormeceu.
domingo, 9 de maio de 2021
A elegante nave
domingo, 2 de maio de 2021
O teu amor em mim aqui
o teu amor estraga em mim
sem uso
teu amor em mim
coalha e esverdeia
guardado, vertendo flores --
por excelência, as criaturas póstumas
não anima -- nem desanima
mas fica lá, parado e
confuso
massa fetal acocorada de olhos mudos
o teu amor em mim envelhece
e velho, empeixeia
em delicadas escamas de cristal
larva de libélula, a
desinfância de um assassino
teu amor em mim nem sabe
nem conhece
teu amor em mim não tem onde morar
retira-se assim
final e sem fim
gomosas lágrimas no escuro
onde começa o mundo
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