sexta-feira, 18 de julho de 2008

Quer saber? Eu sou gordinha, sim!

Olá, cara pessoa que me lê. Sabe que hoje acordei com uma sensação estranha, de descontentamento com o meu corpo? É. Daqueles dias que a gente olha dentro do armário e consegue encontrar até Nárnia, mas não acha uma roupa que nos vista bem. Olhei copiosamente para as minhas roupas, tentando visualizar uma, só uma que me injete um mínimo de auto-estima, coisa que eu tenho precisado estes dias. Desisto.
Vou à cozinha e tomo metade de um copo de um iogurte de mamão, que eu a-do-ro. Abro os armários, mas resisto aos biscoitos salgados; prefiro esperar pelo almoço. Não sei exatamente o porquê, mas retorno ao armário e faço uma longa análise no espelho, e constato exatamente o contrário do que pensava há minutos atrás: eu não estou tão ruim assim. Não mesmo! Pensando melhor, estou até bem. Bem comigo. Sim, eu gostaria de perder bem uns... seis, sete quilos, mas nada que me entregue ao complexo. Às vezes, eu até consigo gostar das minhas 'sobras', e olha que não sou só eu quem gosta. Tem um monte de menina por aí que tá sofrendo com crises muito sérias de 'anas' e 'mias' (inclusive desejo o melhor pra elas), ao que eu só tenho a agradecer a Deus pelo corpo que me deu, ainda que com suas eventuais falhas técnicas.
Além do mais, acho que a estrutura corpórea mais "cheinha" é a mais saudável, tanto visualmente quanto tacitamente. Acho mais interessante olhar para uma mulher que represente mais o padrão "brasileiro" de massa muscular que as esquálidas modelos que só ficam bem mesmo nos editoriais de moda. Há também o fato - que muita gente acusa de "a desculpa do gordo" - de que, devido à minha estrutura ser ASSIM, mesmo que eu passe meses vomitando de cara pro vaso que eu nunca ficarei com o corpo da Natalia Vodianova ou da Agyness Deyn; porque, muito mais que uma questão de estética, é uma questão de metabolismo. O máximo que vou conseguir com isso será 1, ou a perda de uns cinco quilos ou 2, minha morte.
A verdade é que esta última checada no espelho foi boa, porque assim eu aprendo a valorizar o que de melhor há em mim: a minha autoconfiança sobre a imposição que beira a imoralidade tratando-se do pensamento coletivo a respeito do que é belo, do que é aceitável, do que é quase oficialmente requerido numa sociedade de aparências e de status, e para um determinado grupo desta mesma sociedade, é quase um escánio exibir uns pneuzinhos por aí. Mas eu faço diferente, e descobri que eu sou mais eu. E quer saber? Eu sou gordinha, sim!

Nenhum comentário: