domingo, 23 de novembro de 2008

Complexo de Hayworth

Eu não gostaria de sentí-lo, mas eu sinto. Na verdade, detesto. Mas o fato é que anda difícil conversar com um homem que não esteja meramente com o olhar ausente em uma outra parte do meu corpo que não seja a cuca.
Odeio ser tratada como SOMENTE uma mulher gostosa, e não que eu me considere uma, mas acredito que muita gente me descredita por conta de, sei lá, (não tem como não falar isso sem emanar uma certa pretensão involuntária) me acharem... bonita. Eufemisticamente falando, é claro. Pô! Eu tenho um cérebro aqui dentro! Eu sei conversar sobre vários assuntos, menos futebol. Sei me divertir, passando por esses assuntos, sou inteligente, caramba. Mas tem gente que insiste em ver só a casca, o que eu acho de uma natureza tão pobre e insensível que beira a instintividade irracional.
Mas quando eu encontro alguém pra conversar... aaaaah... como flui, como é bom conversar com alguém que está vendo a Ana Cabeça, não a Ana Bunda, ou qualquer outra droga do gênero. Excepcionais são os casos que fogem a essa regra no meu convívio (até porque meu núcleo de amizades é composto 85% de mulheres), e em excepcional conta tenho esses amigos de verdade, porque sei que não me veêm com aquela maldade característica dos machões-boça. Não que o resto seja machão-boça. Mas, no caso deles, trabalhar essa veia facilmente resultaria nisso.
Talvez eu seja mal-interpretada, não sei. Acontece que gosto de fazer amizades. Virtuais, reais, à distância, em qualquer plano: fazer amizade com homem, com mulher, com gay, com lésbica, com cachorro, traveco, ah, não dispenso. Tenho um certo carinho inato pelas pessoas que cruzam o meu caminho, e quando isso não acontece é que é raro. Muito difícil eu ter implicância com alguém, mas ultimamente esse meu lado implicante tem se desenvolvido sobre esses caras escorregadios que, literalmente, não veêm meu coração. Por que? Por que essa pressa, essas segundas intenções nas relações homem X mulher? Não é porque eu sou assunto a alguém que quero, necessariamente, ter algo mais com aquela pessoa. Eu quero só trocar idéias, uai, e que mal pode haver nisso? As pessoas veêm maldade em tudo. E essa maldade acaba por ME afetar negativamente, o que é super chato. Perco a confiança em quem fica de maldades comigo. Às vezes penso que os caras só chegam em mim pra dar alguma investida. Chato. Nojento. Desprezível.
Não acontece só comigo. Muita mulher bonita (eu não sou bonita, reitero) é rotulada disso e daquilo muitas das vezes sem nem saber do que se passa em torno de seu nome. Fui descobrir uma dessas na prática. Na faculdade, outro dia, conversei com um vestibulando na hora do meu lanche. Papo tranquilo. Dias depois, um amigo chegou e disse que ele havia espalhado que eu "tava dando molinho". Quis enfiar a cabeça no vaso de raiva, mas passou. Passou, mas a lição ficou. Infelizmente, tenho que aprender a medir minha língua com aqueles que não conheço. O pior é que fiz uma retrospectiva mental e não achei NADA que me comprometesse no assunto. Tenho, no fundo, pena desse tipo de homem porque, ao que me parece, esses são os mais carentes e descerebrados.
Mas minha dúvida é fixa, e viso repartí-la com você perguntando: o problema está em mim ou nos outros? Quem me conhece, que o diga!

Um comentário:

Fabio disse...

O problema está nos outros, você está ok, o problema é com o resto do mundo...
Ou da sociedade, da televisão, dos filmes, talvez da própria psique humana, não sei, muitas coisas a se culpar, poucas respostas para encontrar, ah sim, enrolei, enrolei, mas ainda não comentei nada de útil...
Mas já que é para culpar alguém, eu diria que é algo cultural com raízes nos primórdios da humanidade, em que a mulher era uma sub-criatura inferior ao individuo masculino,tal comportamento foi acompanhando a evolução da humanidade, em que a mulher foi tratada como uma sub-espécie. Algo cujo a única função era gerar uma prole carregando os genes do homem para as próximas gerações, nós(humanos) aprendemos a falar, usar ferramentas, mas ainda existe esse mesmo comportamento, de que a mulher deve primeiramente ser vista de acordo com sua aparência e capacidade de gerar descendentes saudáveis. Ah quer saber? a culpa não é dos humanos, está na biologia, internamente nos mais reprimidos instintos ainda somos animais, animais em busca da sobrevivência, animais que buscam se reproduzir, de perpetuar a espécie, de viver de modo mediócre sem propósito algum, sem consciência,etc,seres que costumam agir de modo bobo e idiota, Os humanos, ah, os humanos...

Escrevi muita coisa, mas não adicionei nada que você já não saiba, mas ei! comentei =P ...