quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Coração sem sujeito

Há uma inquietação
Pulsando dentro do peito
Uma aberração
Um descompasso
Um defeito.
Há uma falha
um fosso, uma vala
Inflamável palha
Um descontrole violento de se arrebentar
e se espalhar pelo chão em cacos
de sangue, de desespero.
Há um sonho fetal
que ainda não foi feito
na insustentável possibilidade em ser
perfeito.
Há um anseio vazio
Um vão amargo no meio
Um despropósito vivo
Pulsando dentro do peito.
Nada há porque nada pode haver
E o haver salga.
No olho cego desse desassossego
lateja um desejo sem jeito
No coração sem sujeito.

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