uma dose de medo no fundo
desse copo de março
o alcool desaparece
das prateleiras
e informa
as loucas estão destrancadas
arrebentando mortalhas
em confortáveis masmorras
tudo dança tudo teme
o brilho da música acesa convida
ao sapateado sobre a tumba
não selada
uma dose de março no fundo
desse copo de medo
o corpo é da vida, ainda
como a vida é do corpo
bailado sinistro na escada
enquanto a luz leve nas janelas conta
do inverno prematuro sob as unhas
responde a ira
com inaudível grandeza
aqui não, hoje nunca
não vês tu que consta nesta báscula o sangue
não do cordeiro
mas dos piores lobos?
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