Não sei quanto a você, meu querido leitor, mas eu definitivamente eu não sei qual é a do preconceito musical. Oras, que gosto é igual àquilo todos nós já estamos fartos de saber. Eu tenho o meu, você tem o seu, os outros têm os deles. Se tudo fosse assim, acho que não daria certo. Paz, afinal, está num plano tão utópico que torna-se quase impensável. Triste. Mas minha ira está direcionada não essencialmente a um estilo musical específico, mas às setas que me lançam muitas pessoas quando eu me assumo uma pessoa completamente eclética. Sim sim, ecletiquíssima. Ouço isso até da minha mãe, se querem saber. Aliás, quem tiver aí com tempo e paciência (aliás, muita mesmo) dá uma checada nas minhas comunidades do orkut – se conseguir ir até as quatrocentas, me conte como fez – e você vai ter mais ou menos uma idéia que sou alguém absolutamente pluri para quase tudo: na música, na moda, na decoração e blá blá blá.
Mas ok, vamos tentar aqui amarrar a tal questão musical da coisa. Que tal uma fusão de rock com psytrance, han? Nossa, pela sua cara, parece que te ofereci uma vitamina de ovo com alho. Mas não estranhe: a fusão dá certo. E muito. Ou então a já muito clichê dobradinha do drum in bossa, que pela obviedade do título, já dá pra sacar qual é. Hum... uma delícia mesmo. Vou de samba a trance numa boa, e não me culpo por não enquadrar numa tribo só. Ah, tem mais: algum de vocês já ouviu falar em “new age”? É uma galerinha esotericamente alternativa, que curte esses papos de lua, poções, mas tudo bem. Eu respeito e acho, inclusive, interessante. Ou então, retire tudo desse calderão e separe elemento por elemento. E curta tudo. Essa é a minha visão.
Porque eu abriria mão daquele som ma-ra-vi-lho-so dos Doors, do Jefferson Airplane, do Purple, só pelo fato de curtir um Noel Rosa, uma Elzinha Soares, um Bezerra da Silva? Acho besteira essa coisa de “ah, porque você curte isso não pode curtir aquilo”. Como assim? Querem cercear minha liberdade de escolha com base em que conceitos??? Pô, num sábado desses assisti a um show de um dos maiores cantores e compositores da MPB de nossa geração – minha concepção, ta gente? -, o Lenine, e saí de lá realizada. E pretendo ir para a Kaballah, uma rave que vai acontecer dia 21 de junho, na mesma empolgação. Acho tão legal ouvir coisas diferentes que eu não me imagino ouvindo um só estilo musical. É claro que tem coisas que não gosto, e nunca vou gostar, tipo pagode, sertanejo. Mas respeito quem gosta, e até me aventuro nos passinhos, se é o caso. Tem dia que acordo com vontade de ouvir uma música específica, mas na minha cabeça, é tudo muito transitório, e eu já sou tão naturalmente elétrica que um gênero musical só não é o bastante para sanar minha inquietação mental. Não faço nada sem música. Me visto, tomo banho, almoço, estudo, enfim, minha vida é rodeada de música por todos os lados. E da mais variada – e melhor – estirpe, diga-se de passagem.
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