sexta-feira, 5 de setembro de 2008

... Essa inquietação gostosa de procurar

Ah, se a gente se contentasse. Que merda, que insosso, que inferno seria. Contentamento: s.m. (contentar + mento). 1. Ação ou efeito de contentar. 2. Estado de quem está contente. 3. Alegria, satisfação. Mas com verdades miúdas, pela metade? Nunca.
O ser humano é sempre descontente das conclusões que lhe chegam, por mais felizes que sejam. Se foi assim, poderia ter sido de outro jeito; se foi do outro jeito, poderia ser assim e a partir daí a cíclica gira, eterna. A graça só existe enquanto ainda não se tem o que se quer, enquanto a hora fatal ainda não chegou. Depois de vencida a obstrução ao objeto de desejo, a gente sempre vai procurar outro objeto de desejo ainda mais difícil pra superar. Essa é a graça. É o desafio que move o coração humano e, só quem vive de verdade, lutando contra o próprio contentamento é que pode ter a noção do que eu estou dizendo.
Não curto essa cantora, mas ela uma vez disse, muito inteligentemente numa de suas músicas: "Minha procura por si só já era o que eu queria achar". Todo mundo leva um pouco dessa frase como doutrina de vida; consciente ou inconscientemente. Essa inquietação gostosa de procurar é que vai desenhando a vida da gente, por mais que às vezes pensemos que estamos aqui a toa. De alguma forma, a maioria das pessoas está procurando alguma coisa, ah, está. Um emprego, um namorado, um biscoito, um cachorro, um cadinho de felicidade, um pedaço de coração. Essa busca é muito válida. É equivalentemente válida ao próprio objetivo da mesma, até porque a gente consegue medir a importância do que as pessoas procuram pela intensidade com a qual o fazem. Se você pensa que não é muito normal por ser uma pessoa inquieta, ah-ha! junte-se a mim, vamos dominar o mundo! [/pink e o cérebro]
Tá aí, essa é minha sorte de hoje pra você: procure as coisas ou as pessoas. As que acha que perdeu, as que sabe que tem competência para encontrar e, inclusive, as que estão perto de você. Sim, isso mesmo. Porque, a menos que você seja Deus, assim como eu, ainda tem muito o que procurar também.
Bom dia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se compreendo, contento-me? Não! O bom é saber que o que foi escrito, na verdade, não tinha nenhum sentido. Sentido... é quando fico quando entendem meus textos. Não dá trabalho pensar, me cansa mais é escrever. Nunca te vi, mas aqui te vejo além do toque. Intimidade maior não há maior que a de um simples abraço, a menor distância entre dois corpos... distância, aquilo que é abstrato. Você é abstrata? Não! Seu texto são como a brisa que vem do mar e conforta meu olhar. Agradeço a oportunidade de ocupar um espaço no seu livro. Bem, eu sou apenas um rascunho e gentilmente te digo, você sim é uma Arte Final.