domingo, 4 de maio de 2008

O poder das escolhas

É ordinário dizer que a vida é feita de escolhas. Mas, talvez por ser essa uma verdade de uma ordinariedade tão sutil que não percebemos que ela nos invade o tempo inteiro, distribuindo tapas com luva de pelica bem no meio de nossas caras. Nós passamos por escolhas que se alternam entre simples e complexas, e daquelas a estas, todas têm o seu valor e a sua influência em nossas vidas. Como por exemplo, o dia que você escolheu sair de sapato verde no lugar do preto e elogiaram o seu bom gosto; ou o dia em que não entrou no carro daquele amigo que capotou na estrada.
Nunca saberemos com exatidão o produto das escolhas as quais somos obrigados a tomar, mas, tal qual remédio, temos que tomá-las, ainda que não gostemos. Sábias escolhas são atribuídas às pessoas que têm uma idade avançada, mas acredito que a tal associação casa melhor às que têm caráter. Na maioria das vezes é fácil tomar decisões. Difícil é arcar com suas conseqüências. Tendemos a pensar nas coisas a curto prazo, mas determinados acontecimentos se enraizam, e vão se atrelando à nossa história como uma teia indissolúvel. Nada que se faz em vida escapa-se do julgamento das pessoas, infelizmente. Quando você toma uma escolha precipitada, você imprime nela a sua personalidade, e independente do que se seguirá, sua atitude será vinculada ao seu ser sempre.
Às vezes pensamos que não, mas escolhas que agora não nos soam bem - ou soam amargas - talvez acarretarão em um bem ainda inimaginado. Exemplar, minha melhor amiga sofreu um terrível acidente e mudou-se para outra região. A princípio, a adaptação foi dolorosa - tanto para ela quanto para mim - mas no fim, quando a visito, é de encher o meu coração de felicidade ver nos olhos dela a empolgação outrora extraviada num momento de escuridão parcial. Certos eventos na vida vão nos inclinando para escolhas que não queremos, mas que, a logo prazo, podem verter-se em sucesso e prosperidade.
Se nunca saírmos do muro, nunca saberemos se teria sido bom, ruim, melhor ou pior. A estaticidade e a indiferença (nesse aspecto) são sentimentos covardes, e mantê-los é um fiel atestado de moléstia psíquico-voluntária.
O recado está dado. Agora, se me dão licença, preciso ir, pois ainda preciso escolher com qual roupa saio amanhã.

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

�timo texto, Ana! Maravilhoso! Parab�ns!
Acho que devemos prestar mais aten�o a nossas escolhas porque acabamos n�o dando a devida import�ncia e perdendo a oportunidade de n�o errar na pr�xima ocasi�o.
Vou escolher meu ch�. ;)
beijobeijo!

www.chadesaquinho.wordpress.com