terça-feira, 24 de junho de 2008

Pior que a tristeza

Boa noite, meus hipotéticos e queridos leitores. Hoje, me sinto um tanto quanto envolvida numa nuvem de letargia, o que me inclina para um assunto quase óbvio. Faz 23 graus esta noite aqui, no Rio de Janeiro. Gozado, tenho um namorado que estava dormindo comigo há dois dias, no maior amor; minha melhor amiga acaba de chegar à cidade, fervilhando de vontade de sair, para curtir uma festa qualquer. E eu? O que penso disso tudo?
Minha resposta é simples, e mais direta, impossível: estou de MAU HUMOR. MUITO MAU HUMOR, diga-se de passagem. E sono. E desgosto. É como se este feriado estupidamente ensolarado não tivesse valido de nada – que Deus perdoe esse meu egoísmo – porque eu simplesmente não me diverti. E a impressão é de que não o farei.
Numa tabela das piores emoções, em primeiríssimo lugar eu consideraria o remorso. Afinal, é aquela vontade inútil de tentar fazer o tempo voltar atrás. Mas em segundo – e quase competindo com o primeiro – não entram nem raiva, nem tristeza, nem ódio: o segundo pior sentimento que odeio sentir é o tédio. Oh Deus, o tédio. É como olhar por um aquário durante três minutos e achar que ficou ali durante dez semanas. É a obsessão em brincar de adiantar os ponteiros do relógio. É retirar o esmalte das unhas no dente, é uma elegia à loucura. O tédio me enlouquece, sabiam? Eu simplesmente tenho horror do tédio, dá uma vontade de chorar, quase supera a TPM. E o pior é que o tédio, quando me invade, não deixa lugar para nada: apesar de eu tentar improvisar outras atividades, o tédio vem e arrebata qualquer raiz de qualquer outro projeto. É um erva daninha, o tédio.
Ando de um lado para o outro dentro de minha modesta casa, e sinto como se ela tivesse quadruplicado de tamanho. Ai, que vazio, que desalento. Estar sozinha numa casa com três pessoas que tão bem me conhecem. Discutir com um namorado que amo.
Tudo por conta do tédio.
Verdade é que, por sorte minha, meu tédio é efêmero – ou eu espero que seja. Espero que, depois daquele banho, daquela maquiagem e de uma boa injeção de auto-estima – nem que seja disparada por um estranho - eu volte a ser a mesma Ana sorridente e espevitada que me é característica, porque eu já moro em prédio, e decididamente não espero seguir o exemplo do Bruno, do Biquíni Cavadão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Você escreve muito bem, parabéns! E ai God, tenho tido esse tédio mortal todos os dias,(minha escola está de greve e perdi oque eu costumava chamar de 'meu amor') /kk/ você descreveu muito bem o tédio, só que eu devo estar em fase crítica porque não consigo, bateu o tédio eu choro mesmo k (: