Lembro quando pisei na UFF pela primeira vez, há aproximadamente uns dois anos. Do meu pai conversando comigo no ponto de ônibus, me desejando boa sorte e me advertindo juízo. De cara, achei que fosse a maior universidade do mundo. Fiquei realmente embevecida não só pelo tamanho dela, mas por todo o resto: o sol batendo nas janelas, os sorrisos dos veteranos, os cabelos vermelho-sangue das meninas, a convidativa e informal atmosfera universitária federal. Eu era só mais uma vestibulanda, igual a centenas de outras que deviam estar em algum lugar por ali, espreitando por trás das pilastras.
Vício de retina. Transcorrido o primeiro mês, a gigante UFF já não era mais tão gigante assim - metafórica e dimensionalmente falando - bem como os outrora pedestalizados veteranos eram tão de osso e carne quanto eu. Fiz amizades. Fumei uns cigarros. Sofri a dor e a delícia do meu trote. E fotos. Em pouco tempo, comecei a transformar a UFF e a UFF começou a me transformar também; porque a passagem, ainda que ligeira por esta grande universidade tem um imenso potencial transformador tanto em você quanto nela. E essa troca (acredito) majoritariamente positiva, foi deixando a UFF com a cara do meu quarto.
Hoje eu sou veterana, ou, como os "verdadeiros" veteranos costumam chamar, "caloura sustenida", porque estou no segundo período. Já acho tudo tão ordinariamente normal como se tivesse nascido e sido criada entre esses blocos que escondem tantas cenas, tantos segredos. Mas confesso que sou assaltada pela surpresa quando, por vezes, vejo tendas enormes armadas no campus, o movimento estudantil mostrando sua força, os estudantes lutando por um ensino e instituição públicos de qualidade. Isso me orgulha muito. E as choppadas. Ah, as choppadas. Ainda não fui a nenhuma, até porque não bebo (cerveja). Mas, pelo que dizem...
A única certeza da minha vida é que tenho muito o que aprender. E sempre terei.
Um comentário:
Concordo com quase tudo. Realmente a UFF nos transforma e parece que sempre fomos parte dele. Porém, tenho que discordar do orgulho das tendas porque, cá entre nós, é só mais uma desculpa para fazer bagunça... Revolução a base de cerveja não é revolução, é festa. ;)
Beijo, Ana!
www.chadesaquinho.wordpress.com
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